sexta-feira, 12 de novembro de 2010

SALÁRIOS...

A presidente eleita, Dilma Rousseff, mal entrou e já pretende orientar sua equipe no sentido de impedir qualquer reajuste, no Congresso, para o funcionalismo público federal.
No entanto, já se cogita um aumento salarial para os deputados e senadores.Pobres palamentares, que, com direito ao 15º salário, auxílio-moradia, auxílio-saúde, carro oficial e várias outras mordomias, ganham, "apenas", R$16.510,00 mensais.
Enquanto isso, a maior parte dos brasileiros trabalhadores tenta sobreviver com um parco salário mínimo de R$510,00.
O presidente do STF, também, já pleiteia, para os funcionários do Judiciário, nada menos que 56% de reajuste salarial, com toda razão.
Mudam-se os governantes, contudo, a política salarial do funcionalismo público federal continua a mesma: salários estagnados e achatados, sobretudo para os servidores da saúde e da educação, sempre injustiçados,desvalorizados, colocados num segundo plano, por qualquer que seja o Governo.Nada muda.Só nos resta a indignação.

BULLYING

A agressividade entre estudantes , bem como os conflitos gerados entre professores e alunos, ou vice-versa, é um fenômeno universal e acontece em todas as escolas, em maior ou menor grau.Esses atos de violência são conhecidos por bullying.
Estudos realizados em escolas municipais do Rio de Janeiro demonstraram que 40,5% dos adolescentes admitiram já ter se envolvido, diretamente, em situações de bullying, ainda que 80% dos estudantes tenham afirmado desaprovar esses comportamentos.
Diversos autores acreditam que a prática de bullyling esteja correlacionada com múltiplos fatores, tais como questões socioculturais, dinâmicas familiares, influência de mídia, videogames,etc...
As situações de bullying podem variar desde formas leves de agressão até formas mais severas, com utilização, inclusive, de armas de fogo.
Observou-se que a prática de bullying ocorre, prioritariamente, entre crianças e adolescentes normais, tanto no sexo masculino como no feminino.
Os aspectos socioculturais parecem influenciar nas diferentes situações de bullying.Nas escolas ocidentais, os autores, geralmente, são mais velhos, de séries mais avançadas, se utilizam de agressões verbais e físicas e nunca tomam os seus amigos como alvos.Já nas escolas orientais, como no Japão e Coréia, o bullying ocorre mais entre os estudantes da mesma classe, que, mais comumente, tendem a utilizar a exclusão social como forma de violência contra os colegas de sala.
A utilização da tecnologia da informação, como a internet e telefones celulares, com textos e imagens, tem permitido uma nova estratégia para a prática de bullying, denominada cyberbullying, que extrapola os limites da escola, com um impacto muito mais devastador.
Os autores de bullying têm chances quatro vezes maiores de adotarem comportamentos de risco, tornarem-se delinquentes, violentos e criminosos.Já os alvos de bullying podem apresentar depressão, ansiedade, baixa auto-estima,etc...
Como pediatra, creio que, sob pena de se tornarem um ambiente inseguro, com altos índices de agressividade e perda de contrôle sobre os comportamento dos jovens, as escolas deveriam agir, imediata e efetivamente, para reduzir a prática de bullying entre os seus alunos.

MOTOCICLISTAS...

Segundo os especialistas em trânsito, nas grandes cidades do mundo, os motociclistas andam na fila, onde estão os carros, mas não é o que acontece, habitualmente, no Brasil.

Os motociclistas usam e abusam, transitando em zigue-zague , entre os veículos, sem qualquer responsabilidade, já que não sofrem nenhuma punição, aproveitando-se de uma legislação que dá margem a interpretações equivocadas e diversas.

O art. 56 do CTB, que foi vetado, estabelecia, na redação original do texto legal: “ é proibida ao condutor de motocicletas, motonetas e ciclomotores a passagem entre veículos de filas adjacentes ou entre a calçada e veículos adjacentes a ela.” O veto justificava que “ao proibir o condutor de motocicletas e motonetas a passagem entre veículos de filas adjacentes, o dispositivo restringe sobremaneira a utilização deste tipo de veículo(...)”, desconsiderando os riscos de acidentes advindos dessa atitude.

O CTB em seu art. 211 estabelece: “ ultrapassar veículos em fila, parados em razão de sinal luminoso, cancela , bloqueio viário parcial ou qualquer outro obstáculo, com exceção dos veículos não motorizados:Infração-GRAVE.Penalidade:Multa”.

Em face das controvérsias, a justiça tem considerado que; “não constitui infração de trânsito se a motocicleta ou motoneta transita entre veículos parados em fila ou entre estes e a calçada”.Contudo, “ se os veículos estiverem em movimento, esta passagem constitui inobservância dos preceitos estabelecidos no parágrafo 1º, art. 29, do CTB”, sujeitando o infrator à pena prevista no art. 169, que proibe “dirigir(...)sem os cuidados indispensáveis à segurança”.

Além disso, segundo muitos juristas, esses motociclistas estariam, também, desrespeitando, ao circularem entre os veículos, os art. 169, 192 e 199 do CTB.

Por estes e outros motivos, tais como a constatação,pela Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo, de que 52% de vítimas motociclistas ocorreram devido a circulação entre os carros, o município pretende multar essas motos.Um exemplo que deveria ser seguido pela PMV.

Os motoristas estão cansados de verem seus veículos abalroados por essas motos, arranhando a pintura, quebrando espelhos laterais e amassando a lataria. E,quando não conseguem fugir,devido alguma queda, tentam pleitear ressarcimento de danos na justiça, apesar das irregularidades que cometem.





Pedro Carrancho

CONSULTAS MÉDICAS X JUDICIÁRIO NO ES

Nos consultórios particulares, qualquer paciente, que se sinta mal atendido, poderá optar por trocar de médico, assim sendo,achamos um absurdo e, até mesmo, inconstitucional, a intervenção do judiciário no sentido de querer limitar em 15 minutos o tempo máximo de consulta do paciente, pois, esta é uma prerrogativa somente do médico, não podendo o profissional sofrer qualquer tipo de ingerência indevida ou ser tolhido na sua atividade e relacionamento com o doente.Tal idéia,insensata, não caberia nem mesmo nos serviços públicos quanto mais numa atividade privada.Urge que as entidades representativas da classe médica acionem,em tempo, os seus departamentos jurídicos, no sentido de impedir, pela via legal, que tal procedimento prospere.
Cremos que seria mais produtivo e justo que se arranjassem soluções para agilizar o andamento dos processos judiciais, que ficam aguardando dezenas de anos para serem solucionados.O que diria o judiciário se os cidadãos tentassem determinar o tempo máximo para o julgamento de qualquer réu ou para a conclusão das contendas jurídicas, que se estendem ao longo do tempo, sem qualquer sentença definitiva?E quanto às audiências que são desmarcadas ou transferidas, sem que quaisquer satisfações sejam dadas aos cidadãos?Seria sensata ou plausível a aplicação de multas nesses casos?Achamos inconcebível.
Cremos que aos médicos não cabe opinarem ou tentarem interferir em questões jurídicas, pois fogem à sua alçada,mas a recíproca também é totalmente verdadeira.Condutas radicais ou extrapolamentos não levam a lugar nenhum.
Aliás, ultimamente, a judicialização da medicina tem provocado irreversível desgaste e deterlioração no interrelaciona -
namentos médicos-pacientes-hospitais, a tal ponto que muitos médicos já pensam em desistirem da profissão!!!

Pedro Carrancho

sexta-feira, 23 de julho de 2010

FACULDADES DE MEDICINA

A descabida e insensata proliferação de faculdades de Medicina no Estado está causando preocupação
Na capital já existem várias faculdades médicas, mas já se fala na criação de outras mais. Onde estão os critérios, se é que existem, do MEC, para conceder autorização de funcionamento de cursos médicos?
Segundo a OMS, o ideal seria um médico para cada 1000 habitantes, mas em nosso Estado a proporção chega a 1 médico para cada 500 habitantes!
Os conselhos estadual e federal de medicina, os sindicatos e associações médicas precisam se posicionar contra tal irresponsabilidade e mercantilização da Medicina, manifestando-se junto às autoridades do MEC.
Ao que parece, os únicos critérios levados em conta são políticos. Nosso mercado de trabalho está está ficando cada vez mais restrito, gerando subempregos e baixíssimas remunerações.
O médico, a cada dia, está se tornando um produto barato, fácil e desvalorizado.Não foi à toa que o ex-governador de Minas,Newton Cardoso,disse que "médico é como o sal:branco,bom,barato e se encontra em qualquer esquina".
Vejam a que ponto chegamos!!!

AUTOMEDICAÇÃO

O uso indevido de medicamentos representa uma das dez principais causas de mortalidade nos Estados Unidos.
De acordo com a OMS, cerca de 50% de todos os medicamentos usados no mundo são prescritos ou vendidos de maneira incorreta e 66% dos antibióticos são comercializados sem receita médica.
É prática comum no Brasil as pessoas armazenarem medicamentos no domicílio, constituindo-se num importante fator de indução de automedicação.
Dentre as especialidades farmacêuticas estocadas em "farmácias domiciliares", destacam-se os medicamentos de uso controlado e os antibióticos sistêmicos.
Acredita-se que quanto menor for o nível de instrução maior será o risco em relação à quantidade de medicamentos estocados e à prática de automedicação

CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

Os Conselhos de Medicina, atuando em casos de infrações éticas, exercem,simultaneamente, a função de julgadores e disciplinadores da classe médica.
O médico não pode se negar a prestar seus serviços nos casos de urgência/emergência, na ausência de outro médico e quando sua recusa possa causar malefício à saúde do paciente,mas, fora dessas situações, ele não pode ser obrigado a atender a quem não deseje, nem agir contrariamente aos ditames de sua consciência.
É importante que se saiba que o médico pode internar e assistir seus pacientes em hospitais, públicos ou privados, com ou sem caráter filantrópico, ainda que não faça parte do seu corpo clínico, respeitadas as normas técnicas da instituição.
Mesmo em casos de doença incurável ou terminal, o médico não pode abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal, entretanto, deve oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis, sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas.
Não se permite, também, ao médico, mesmo que com autorização do paciente, fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos em meios de comunicação em geral.
Às vezes, o profissional,involuntariamente, comete uma infração ética, simplesmente, por desconhecer as normas do Código de Ética Mèdica, que deveria ser ensinado em todas as Faculdades de Medicina.

GREVE DE MÉDICOS?

De acordo com a Lei 7783/89, a assistência médica é considerada uma atividade essencial,entretanto, desde que seja garantida a prestação dos serviços indispensáveis às necessidades inadiáveis da coletividade, atendendo-se as urgências/emergências, a greve médica é admitida como instrumento reivindicatório frente às situações que atinjam a dignidade profissional no exercício da Medicina, tais como: precariedade ou inexistência de condições de trabalho, padrões aviltantes de remuneração,etc...
Desta forma, o médico, diretor ou administrador de um serviço médico ou instituição de saúde, pública ou privada, comete infração ética,não sendo solidário aos colegas, bem como tentando obstaculizar ou impedir, com atos de represália ou de retaliação,a realização do movimento grevista, pois, somente à Justiça do Trabalho cabe avaliar a legalidade da greve e ao Conselho Regional de Medicina emitir julgamento sobre os aspectos éticos do movimento.Antes dessas declarações, nenhuma medida poderá ser tomada contra aqueles que estão exercendo o seu direito de paralisação.

O MÉDICO COMO VÍTIMA

O MÉDICO COMO VÍTIMA


Atualmente, estão se tornando cada vez mais freqüentes notícias na mídia de médicos agredidos por pacientes ou familiares, em virtude da demora ou dificuldade de atendimento, sobretudo nos serviços de urgência/emergência , quer públicos quer particulares.
Entretanto, a população não pode ignorar que não cabe aos médicos a responsabilidade pela demanda excessiva de pacientes, pela falta de leitos hospitalares e de medicamentos, pela dificuldade da realização de exames,pelos desmandos e má administração dos gestores, pelas mazelas e caos de um sistema de saúde sucateado e falido, onde uma consulta pelo SUS custa em torno de míseros R$7,00!!!
Os médicos são,também, vítimas do sistema, contra o qual, em vão, estão tentando lutar...
Trabalhando em condições precárias,inadequadas e estressantes, recebendo salários vis, não é de se estranhar que, segundo pesquisas realizadas, grande parte dos médicos sofre de depressão, disfunções sexuais, alta incidência de infartos, dependência por álcool,drogas e medicamentos,etc.

CHÔRO NO BEBÊ

Qual é o significado do choro do seu bebê?

O desespero e a angústia passam a conviver com a mamãe que acaba de chegar da maternidade e descobre que chorar é o que seu pequeno mais sabe fazer. As dúvidas aparecem: o que ele tem? O que eu faço? Por que não pára de chorar?

Calma, mamãe, os primeiros dias são difíceis, você e o seu bebê estão se conhecendo. Mas a convivência fará você descobrir que o bebê chora de diferentes jeitos, que cada choro tem o seu significado e qual a maneira de satisfazer suas necessidades.

A primeira forma de comunicação do bebê com o mundo é o choro. É a forma mais poderosa e eficaz de conseguir chamar a atenção dos outros para o que está sentindo. O bebê chora não somente porque está com fome ou dor, chora para demonstrar que algo o incomoda.

Decifrar o choro do bebê é um desafio que mistura intuição, conhecimento e muita percepção da mamãe. Tranqüilidade é essencial. Se a mãe ficar desesperada com o choro, o bebê sentirá isso e ficará mais tenso.

Muitas vezes uma atitude tranqüilizadora como pegá-lo no colo ou conversar acalmará o bebê que pode simplesmente querer sentir-se protegido e amado.

Tenha em mente que cada bebê reage de um jeito. Não é porque o filho da sua amiga chora de forma estridente quando está com fome que seu filho necessariamente chorará da mesma forma.

Quando o choro começar, a mamãe deve pensar em quais são as necessidades do seu bebê. Fome, cólica, estar sujo ou molhado, roupa desconfortável, sono, cansaço, frio ou calor e excesso de estímulo normalmente são as opções mais prováveis do choro.

Se todos os aspectos físicos foram verificados, desconforto emocional como falta de atenção e insegurança podem ser os motivos.

Existem dicas para traduzir os tipos de choro. Lembre-se: as crianças não são iguais, portanto, o choro varia de um para o outro.

Fome: gemidos semelhantes a um apelo que não cessam com carinhos somente quando estiver satisfeito.

Dor: grito agudo seguido de um pequeno intervalo.

Fralda suja ou roupa desconfortável: choro fraquinho e estridente.

Cólica: choro agudo e intenso, normalmente leva a criança a esticar e encolher as perninhas, tremer o queixo e fazer cara de dor.

Frio ou calor: é um choro copioso de desconforto.

Excesso de estímulo ou irritação: é um choro meloso que ocorre ao fim de um dia movimentado.

Sono: criança agitada e com choro nervoso.

Emocional: choro geralmente é acompanhado de soluços, como se o pequeno estivesse meio "engasgado" de raiva ou brabeza.

Elimine cada opção até chegar em uma que acalme seu bebê. Se o choro persistir, o bebê pode estar com febre ou com alguma dor. Não ofereça remédios sem orientação médica. Procure o pediatra do seu filho e com ele descubra o que o pequeno tem.

Dicas

0 a 3 meses – é um período que a criança tem muitas cólicas. Para evitá-las, faça massagens na barriga do seu bebê e mexa suas perninhas (bicicleta) de duas a três vezes ao dia e não somente nos períodos e cólicas.

3 a 6 meses – continue somente com leite materno, além de satisfazer a necessidade de sucção de seu bebê, não sobrecarregará o seu rim e intestino com nutrientes pesados contidos em outros tipos de alimentos, evitando assim desconfortos.

6 a 12 meses – Criança não sabe o que é manha ou birra até os 12 meses. Por isso, se a criança chorar, atenda e verifique as causas do choro.

TESTE DA ORELHINHA

Todo bebê está submetido a apresentar possíveis problemas auditivos ao nascer ou adquiri-los nos primeiros anos de vida. Com a finalidade de prevenir a deficiência auditiva ou até mesmo de remediar, no caso dos bebês que apresentam surdez congênita, foi criada a lei municipal nº. 3028, de 17 de maio de 2000.
Tal lei se refere a um programa de triagem auditiva neonatal que tem como finalidade avaliar a audição em recém nascidos. Esse programa é eficaz no sentido de prevenção e cuidados auditivos, sendo indicado por instituições do mundo inteiro, visando o diagnóstico precoce de perda auditiva, uma vez que sua incidência, na população geral, é de 1 a 2 por 1000 nascidos vivos.
Saiba questões importantes em relação a esse teste, como:

Quando deve ser feito?

Orienta-se realizar o teste da orelhinha, nos primeiros anos de vida do bebê (3 meses), detectando perdas precoces que possam influenciar no aprendizado da linguagem. Geralmente o exame é realizado no berçário em sono natural, de preferência no 2º ou 3º dia de vida. O tempo de duração varia entre 5 e 10 minutos, não tem qualquer contra-indicação, não acorda nem incomoda o bebê. Não exige nenhum tipo de intervenção invasiva (uso de agulhas ou qualquer objeto perfurante) e é absolutamente inócuo. A triagem auditiva é feita inicialmente através do exame de Emissões acústicas evocadas (código 51.01.039-9 AMB).


Como marcar o teste?

Procure clínicas que possuem médicos especializados em otorrinolaringologia e procure também o fonoaudiólogo, esses irão encaminhar e realizar o teste da orelhinha, respectivamente.

Qual o método utilizado?

O método mais utilizado para a triagem auditiva neonatal é o exame de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAs) de acordo com o código (51.01.039-9 AMB).
Considerado bastante objetivo, este exame é indolor e de execução rápida, realizada durante o sono natural do bebê.
Utiliza-se um fone na parte externa da orelha do bebê. Demora de 5 a 10 minutos e não tem qualquer contra-indicação, não acorda nem incomoda o bebê.
O exame de EOAs baseia-se na produção de certo estímulo sonoro, bem como na percepção do retorno desse estímulo (eco), o registro é feito através do computador, verificando se a cóclea (parte interna da orelha) está normal, ou seja, em funcionamento, é emitido um gráfico com o diagnóstico do exame.

Como é dado o resultado?

Após o final do exame, além do resultado, é passado para o responsável e para o médico que solicitou o exame, um protocolo de avaliação. No caso de suspeita de alguma anormalidade após a realização da triagem auditiva neonatal, o bebê será encaminhado para uma avaliação otológica e audiológica completa.

Com o objetivo de ajudar a prevenir a deficiência auditiva, seguem abaixo alguns fatores que levam à surdez:

Fatores de risco para a surdez :
Bebê de 0 a 28 dias
- História familiar: ter outros casos de surdez na família;
- Infecção intra-uterina: provocada por citomegalovírus, rubéola, sífilis, herpes genital ou toxoplasmose;
- Baixo peso;
- Hiperbilirubinemia: doença que ocorre 24 horas depois do parto. O bebê fica todo amarelo por causa do aumento de uma substância chamada bilirrubina;
- Medicações ototóxicas;
- Síndromes neurológicas: Síndrome de Down ou de Waldemburg, entre outros.

Por Elen Cristine M. Campos Caiado
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia
Equipe Brasil Escola

ALIMENTAÇÃO DO BEBÊ

O bebê deve começar a mamar logo após o nascimento,podendo estender-se este prazo até os 2 anos de idade, sendo que o aleitamento materno deve ser exclusivo até os 6 meses de vida,quando serão introduzidos novos alimentos.
No princípio é comum ocorrer recusa ao novo alimento introduzido, porém, a mãe não deve desanimar, deve insistir de 8 a 10 vezes para que haja aceitação.
Durante o primeiro ano, não se deve oferecer mel na alimentação, pode provocar botulismo em decorrência da presença de esporos do Clostridium botulinum, causador da doença.
Até os 2 anos de vida, não deve haver restrição de gordura e colesterol, a não ser para aquelas crianças, entre 1 e 2 anos, predispostas à obesidade.

ICTERÍCIA NO RN

Comumente, o recém-nascido pode se apresentar com uma cor amarelada horas após o nascimento(icterícia).Se isso acontecer precocemente(antes de 24 horas de nascido), considera-se que existe alguma patologia a ser investigada(Ex: incompatibilidade sanguinea), mas, se a ocorrência se dá posteriormente, provavelmente a icterícia é fisiológica.
A cor amarela é proveniente de um pigmento no sangue que, em determinadas circunstâncias e grau de intensidade, pode se depositar no cérebro, causando uma grave neuropatia(Kernicterus).Antes que isso aconteça, o recém-nascido pode ser,preventivamente, submetido a banhos de luz(fotorerapia) ou, em casos extremos, a uma troca de sangue(exsanguineotransfusão).
Se a icterícia aparece num recém-nascido prematuro ou de baixo-peso a evolução pode ser mais grave.
O pediatra costuma fazer uma clínica inicial da intensidade da icterícia através do "olhômetro" , ou seja, pela observação visual.Entretanto,quando essa icterícia é suspeita ou intensa, deverá, obrigatoriamente, ser confirmada por exames laboratoriais

SAÚDE

O governo , vira e mexe, tenta impingir à população brasileira novos impostos para a saúde, alegando a necessidade de mais recursos;entretanto, um alto investimento não é garantia de qualidade de acesso para os cidadãos, pois, basta ver o exemplo dos Estados Unidos,que aplica 16% do PIB no setor e gasta US$7.290,00 por
habitante,mas,mesmo assim, seus indicadores de saúde são inferiores aos de diversos paises
da América Latina e da Europa e cerca de 45 milhões de americanos ficam sem assistência médica, excluidos dos sistemas público e privado!!!
A recente reforma do sistema de saúde, implantada, a duras penas, pelo presidente Obama, em contraste com o SUS brasileiro, ainda fortalece a iniciativa privada e a lógica do mercado, minimizando a presença do Estado e enaltecendo o papel das seguradoras.
Mesmo com as mudanças na política de saúde americana, estima-se que 15 milhões de pessoas ainda continuarão sem acesso a qualquer serviço de saúde.Nesse aspecto estamos bastante à frente dos americanos.

ATESTADO MÉDICO

Quase que diariamente, o profissional médico, quer nos serviços públicos quer nos consultóriios particulares, é assediado, não só por pacientes mas, o que é pior, também por parentes e amigos, à procura de um atestado médico, na maioria das vezes, com o objetivo de resolver, simplesmente, problemas pessoais ou administrativos, tais como falta ao trabalho, às aulas ou dispensa de educação física.
Tudo isso seria natural e legal se não lhe fosse pedido um atestado que "não corresponde à prática do ato que o justifique", ou seja, um atestado falso.
As pessoas leigas, em sua maioria, não entendem por que o médico se nega a dar este tipo de atestado pois desconhecem totalmente os aspectos ético-penais envolvidos na emissão deste documento e, até mesmo, alguns médicos desconsideram esta infração, prevista no Código de Ética Médica, porque a eles não se aplicam, habitualmente, os rigores da lei.
É possível que, em face disso, o atestado falso se constitua a regra e o verdadeiro a exceção, o que é, no mínimo, uma atitude moralmente condenável, que deveria pesar na consciência do profissional.
Solicitar ao médico que emita um atestado falso é o mesmo que lhe pedir que cometa um ato criminoso, deixando-o inteiramente constrangido e pondo em cheque a sua honorabilidade.

SAÚDE JUDICIALIZADA

Sabe-se que a Constituição Federal estabelece a assistência farmacêutica gratuita.Com base neste direito, a Justiça costuma interferir na seara médico-farmacêutica, determinando , invariavelmente, sem qualquer parâmetro, o imediato fornecimento de medicamentos,muitas vezes ainda utilizados em caráter experimental, sem a eficácia devida -
mente comprovada no meio médico.
A judicialização da saúde é preocupante, visto que vem ocasionando sérios desequilíbrios financeiros não só nas contas públicas da União,Estados e Municípios, como, também, nas da área privada(operadoras de planos de saúde),
uma vez que, habitualmente, esses medicamentos são de alto custo, não padronizados ou sem registro da ANVISA.
Há necessidade,portanto, de bom senso e que as liminares e decisões judiciais finais se amparem nos conheci-
mentos científicos, utilizando subsídios técnicos de médicos e farmacêuticos, que demonstrem, cabalmente, a eficácia e segurança diagnóstica ou terapêutica dos medicamentos ou procedimentos pleiteados pelos cidadãos.

BULLYING

A agressividade entre estudantes , bem como os conflitos gerados entre professores e alunos, ou vice-versa, é um fenômeno universal e acontece em todas as escolas, em maior ou menor grau.Esses atos de violência são conhecidos por bullying.
Estudos realizados em escolas municipais do Rio de Janeiro demonstraram que 40,5% dos adolescentes admitiram já ter se envolvido, diretamente, em situações de bullying, ainda que 80% dos estudantes tenham afirmado desaprovar esses comportamentos.
Diversos autores acreditam que a prática de bullyling esteja correlacionada com múltiplos fatores, tais como questões socioculturais, dinâmicas familiares, influência de mídia, videogames,etc...
As situações de bullying podem variar desde formas leves de agressão até formas mais severas, com utilização, inclusive, de armas de fogo.
Observou-se que a prática de bullying ocorre, prioritariamente, entre crianças e adolescentes normais, tanto no sexo masculino como no feminino.
Os aspectos socioculturais parecem influenciar nas diferentes situações de bullying.Nas escolas ocidentais, os autores, geralmente, são mais velhos, de séries mais avançadas, se utilizam de agressões verbais e físicas e nunca tomam os seus amigos como alvos.Já nas escolas orientais, como no Japão e Coréia, o bullying ocorre mais entre os estudantes da mesma classe, que, mais comumente, tendem a utilizar a exclusão social como forma de violência contra os colegas de sala.
A utilização da tecnologia da informação, como a internet e telefones celulares, com textos e imagens, tem permitido uma nova estratégia para a prática de bullying, denominada cyberbullying, que extrapola os limites da escola, com um impacto muito mais devastador.
Os autores de bullying têm chances quatro vezes maiores de adotarem comportamentos de risco, tornarem-se delinquentes, violentos e criminosos.Já os alvos de bullying podem apresentar depressão, ansiedade, baixa auto-estima,etc...
Como pediatra, creio que, sob pena de se tornarem um ambiente inseguro, com altos índices de agressividade e perda de contrôle sobre os comportamento dos jovens, as escolas deveriam agir, imediata e efetivamente, para reduzir a prática de bullying entre os seus alunos.

DESPERDÍCIO...

Enquanto vão para o lixo toneladas de alimentos, estima-se que 51 milhões de pessoas passam fome apenas na América Latina.
Após um lauto almôço de domingo em família, habitualmente perdem-se "restos" de alimentos, que poderiam ser bem reaproveitados, se nos conscientizássemos e mudássemos alguns de nossos hábitos alimentares.
Quantas vezes os produtores jogam fora excedentes, apenas para evitar que se reduza muito o valor comercial dos alimentos, caso cheguem aos mercados?Por que tal desperdício se o excedente poderia ser distribuído para entidades carentes?
Pesquisas realizadas na CEASA-RJ mostraram que, dentre vários produtos, 40% das bananas e morangos e 50% das couves e alfaces são perdidos na comercialização.
Estima-se que uma familia brasileira joga fora, em média, 500 g de comida diariamente e um hipermercado desperdiça 2 mil quilos por mês de alimentos bons para o consumo mas não para a venda.
No Brasil ocorre um desperdício de 26 milhões de toneladas de alimentos por ano, volume suficiente para alimentar 35 milhões de pessoas!!!
Por que não existem políticas públicas para o debate desse problema?Será que algum presidenciável incluiu esse tema em seu programa de governo ou o considera de somenos importância?

PALMADAS...

Pais que espancam filhos, com o intuito de educar ou impor autoridade, representam a exceção, pois fogem dos parâmetros do bom senso e da normalidade e incluem-se no rol dos casos criminosos e patológicos, que, aí sim, exigem a intervenção da Lei, com punição e/ou tratamento médico dos responsáveis.
Contudo, entendemos que, em casos excepcionais e extremos, em situações de iminente perigo, a que, muitas vezes, uma criança pode se expor, apesar das reiteradas advertências dos pais, uma palmadas se constituem, em alguns momentos, na única medida educativa eficaz.
Cremos que o Governo tem muitos outros problemas mais sérios com que se preocupar e que são de sua alçada e não deveria, desta forma, se meter a ensinar aos pais a maneira mais acertada de educar os filhos dentro do lar.
Certamente, os delinquentes e marginais de hoje são aqueles que,quando crianças, não tiveram limites impostos pelos pais e foram atendidos em todos os seus caprichos e vontades e não aqueles que, na ocasião apropriada,levaram algumas palmadas.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A PEDIATRIA NO MUNDO....(P/ Dr. Sergio Cabral)

Como está a pediatria no mundo?
Na África, apesar de haver uma necessidade absoluta de atenção médica, são poucos pediatras e muito mais dedicados à assistência em consultórios. O trabalho do Child of Africa – projeto da IPA – é exatamente formar lideranças que possam atuar na saúde pública. O padrão norte-americano é muito focado na clínica privada e na assistência a partir de convênios. Quem não tem seguro, não tem, não existe um sistema universal de saúde. Mas eu diria que, tanto nos EUA, quanto na Europa, há uma crise, nesse momento, em relação à remuneração do médico. O "managed care" reduziu muito a remuneração dos médicos americanos. Na Europa, uma consulta pediátrica, paga em torno de 60 ou 70 euros. Mas se pensarmos, não é muito diferente do que a classe média paga no Brasil. O que eles têm muito mais, por exemplo, é estrutura de ensino e pesquisa, suporte. Mas para o pediatra, no dia-a-dia do consultório ou no hospital, não é muito diferente, os problemas são parecidos. Outra coisa que existe em alguns países da Europa, como a Holanda, é um controle rígido, chegam a delimitar quantos profissionais podem se formar, de acordo com a necessidade. Na Índia, no Paquistão, também há uma situação de carência, de má remuneração. Não há um perfil único, mas as dificuldades estão ocorrendo em todo o mundo.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

VALORIZAÇÃO DO PEDIATRA....(continuação)

Já as instituições públicas e privadas de saúde do país aliam-se na estratégia de desmerecer os cuidados pediátricos. Parecem convergir na meta de vulgarizá-los, negando-lhes o valor prioritário que as sociedades mais desenvolvidas passaram a dar-lhes. Insistem em desconhecer a evidência científica que identifica a qualidade do cuidado assegurado à infância como o único investimento capaz de prevenir as doenças do adulto. Aviltam salários dos pediatras, fecham leitos hospitalares para crianças, remuneram consultas pediátricas a preço de banana. Inviabilizam os padrões clínicos de qualidade que o pediatra sabe fazer como poucos médicos. Dão preferência a procedimentos de maior complexidade tecnológica e menor alcance social. Ignoram a medicina da criança e do adolescente no que realiza de ações educativas e preventivas, cujo alcance tem o poder revolucionário de transformar a realidade brasileira. Talvez seja essa a razão para políticas de saúde tão destoantes da verdade científica. Talvez a estratégia para perpetuar as desigualdades que interessam à plutocracia dominante. Os pediatras despertam. Percebem que já deram sua cota de sacrifícios e privações pessoais. Não aceitam mais a condição de míseros sobreviventes num sistema de saúde que se recusa a valorizá-los. Não querem integrar o exército de reserva à disposição de gestores inconsequentes, ávidos pelo poder, indiferentes às verdadeiras prioridades da saúde no país. Começam a expressar a força de sua identidade profissional. Não se submetem a contratos que lhes subestimem o mérito e lhes retirem a dignidade altaneira de uma vocação humanista, inteiramente comprometida em cuidar da maior riqueza da sociedade, a infância e a adolescência. As demonstrações da importante tomada de consciência multiplicam-se país afora. Ou os responsáveis pela saúde pública e privada corrigem as injustiças com que discriminam a pediatria, ou o impasse estará irreversivelmente instalado. No Distrito Federal, pediatras aprovados em concurso público não assumiram as vagas oferecidas. Em Tocantins, todos os pediatras que atendiam emergências pela Unimed deixaram de trabalhar na cooperativa porque os salários pagos foram reduzidos. No município de Canoas, na grande Porto Alegre, os pediatras não se inscreveram para concurso que os levaria a trabalhar sem remuneração à altura do que valem. Na Bahia, pediatras demitem-se das unidades de saúde pública, conscientes de que não devem acumpliciar-se do desrespeito com que são tratados. Fortes sinais da mobilização que leva à retomada da autoestima de médicos formados para cuidar de crianças e adolescentes no Brasil. Resultam de luta coordenada pela entidade pediátrica nacional para combater a injusta remuneração que ameaça a pediatria brasileira, especialidade médica que reúne compromisso social e qualidade científica postos a serviço do ser humano em crescimento e desenvolvimento. Como o prova a conquista da licença-maternidade de seis meses, iniciativa da Sociedade Brasileira de Pediatria em parceria com a senadora Patrícia Saboya. Os pediatras estão conscientes da integridade profissional com que trabalham. Sabem que a dedicação investida para cuidar da criança tem preço. Não abrem mão. Querem a vida a que fazem jus. Afinal, pediatra tem valor.

VALORIZAÇÃO DOS PEDIATRAS...

Valorização do pediatra

Dioclécio Campos JúniorMédico, professor titular de pediatria da UnB e presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria
No cenário atual da saúde, a tomada de posição firme pelos pediatras tarda, mas não falta. É só uma questão de tempo. Os arranjos animados por perspectivas ilusórias atrasam o processo, não o esgotam. A descrença que turva o olhar crítico é transitória, jamais irreversível. A depressão às vezes desencoraja atitudes, não as elimina. A humilhação rebaixa a autoestima, não a sepulta. A capacidade de reagir esmorece, não fenece. O cerne existencial do pediatra é íntegro, resiste. Revela o brio de alguém bem formado, a força da convicção forjada na tenacidade de quem crê no valor do que faz. A alma terna, porém indomável, do cidadão que milita no território da vida nascente, no reduto dos viços originais da criatura humana, nos recantos regados e alegrados pelas potencialidades infantis, cheias do ilimitado, plenas do imponderável. A maioria da sociedade brasileira, incluindo o ministro Temporão, respeita o pediatra, entende o caráter primaz da missão que exerce. Preza sua postura. Admira-lhe a compostura. Requer-lhe os préstimos especializados. Destina-lhe lugar diferenciado nas relações preferenciais do universo familiar. Situa-o no âmago das reverências que ainda cultiva como rito socialmente consagrado.