sábado, 25 de julho de 2009

FEBRE, UM DILEMA EM LACTENTE JOVEM(*)

O lactente jovem, aquele com até 3 meses de idade, ao se apresentar com febre e sem nenhum sinal de localização ao exame físico, se constitui num dilema diagnóstico e um desafio para todos nós, pediatras.
Por ser uma faixa etária de risco, há de se ter um grande cuidado no manejo destes pacientes,visto que quanto mais jovens forem maiores serão as probabilidades de ocorrência de infecção bacteriana grave.
Frente a um lactente febril(>=38ºC),cujo exame físico se apresente,aparentemente, normal, se constituem em exames fundamentais: o sedimento urinário, o leucograma e o Rx de tórax(se houver algum sinal ou sintoma respiratório).
A conduta a ser adotada deverá levar em conta não só as alterações detectadas nesses exames, como também a idade do paciente.
A escola americana costuma adotar normas de rotina, consideradas muito rígidas por muitos médicos, levando em consideração não só a faixa etária,mas também a presença ou não de estado toxêmico e o grau de facilidade que terá o pediatra em manter contato com a família da criança.
Se há toxemia, recomenda-se sempre a internação e a solicitação de cultura de sangue,urina e LCR.Se não há toxemia, para os lactentes de 1 a 3 meses de idade, é feito tratamento domiciliar com ceftriaxona ou, havendo possibilidade, observação em casa por 24 horas e um pedido de urocultura.
Se o lactente tem de 3 meses a 3 anos, apresenta uma febre de >39ºC, mas sem toxemia, a ceftriaxona é recomendada naqueles com leucocitose > 15.000 ou neutrófilos não-segmentados >1500.
Entre nós há uma tendência de se colher LCR em todo lactente jovem febril(>38ºC) e sem foco de infecção definido, sob a observação hospitalar por 24hs, uma vez que se torna muito difícil num serviço público manter o contato com a família ou um contrôle clínico de 24 horas.
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(*)TRABALHO PUBLICADO NA REVISTA "SAUDE EM REVISTA", ANO II, JAN/FEV.99,Nº13.
AUTOR: DR. PEDRO V. CARRANCHO-MÉDICO PEDIATRA.

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