segunda-feira, 27 de julho de 2009

SERÁ R.G.E.?

Há até bem pouco tempo, nossas avós já diziam que bebês que "golfam" muito, mas que engordam, são crianas sadias. É a pura verdade!
Hoje,contudo, as mães à primeira "golfada" já saem correndo à procura de um pediatra para lhe solicitar um tratamento urgente para o "refluxo" do seu filhos,coitado.
O diagnóstico de RGE se vulgarizou e se generalizou de tal forma que passou a ter um caráter "epidêmico", isto por culpa, talvez, dos próprios profissionais médicos, que simplesmente ignoraram que o refluxo, por si só, não é anormal,não é patológico, uma vez que todas as crianças nascem com algum grau de imaturidade valvular esofágica, que, comumente, pode se prolongar até o 2º ou 3º mês de vida.
Se o lactente vem alcançando um bom desenvolvimento pondero-estatural e não apresenta qualquer manifestação clínica compatível com DRGE(Doença do Refluxo Gastro-Esofágico), em nossa opinião, não se justificam pedidos de exames, tais como : cintilografia, pHmetria esofágica,etc..., mesmo que, para isso, sejamos pressionados ou predispostos.
O termo RGE surgiu entre os médicos para caracterizar aqueles pacientes que apresentavam, frequentemente, vômitos(volta do leit coalhado), regurgitações(volta do leite não coalhado) e/ou problemas respiratórios(pneumonia) e/ou dores abdominais(esofagite), decorrentes do retorno do conteúdo gástrico para o esôfago, que, pela quantidade do alimento refluido, poderia provocar um atraso no desenvolvimento da criança. Nessas condições, aí sim, o RGE não será mais fisiológico, será patológico, provocará doença, a DRGE(Doença do Refluxo Gastro-Esofágico), termo mais apropriado, passando a merecer maiores cuidados e, dependendo das manifestações clínicas e gravidade, estariam indicados exames complementares para a confirmação diagnóstica e orientação terapêutica mais adequada.

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